O meu problema de calvície começou aos 18 anos de idade. Sempre estive ligado ao esporte; era windsurfista e também esquiador. E, pra um esportista, a questão dos cabelos se assemelha à dos mitos gregos: de certa forma, os cabelos fazem parte da estética do corpo. Então, na ausência deles, todos percebem essa falha. Apesar do cuidado com o corpo, é como se o próprio rosto não contasse com uma moldura adequada a ele.
Na realidade, comecei a perceber essa mudança não somente em decorrência da estética, mas devido a uma circunstância de ordem prática mesmo: enquanto eu surfava, o sol começou a queimar o meu couro cabeludo, e creme algum me auxiliava a amenizar esse problema.
O windsurf é um esporte radical; os ventos são muito fortes, e a gente cai diversas vezes na água. Isso significa que o creme sai dos cabelos, e aí não tem como não se expor aos raios solares. Então, com os cabelos ralos e o meu couro cabeludo queimando, eu tive cada vez mais problemas pro exercício desse esporte. Até que, entre 1982 e 1985, com os meus 23, 24 anos, iniciei minha busca por soluções
A busca por soluções incluiu até implante capilar
Sou italiano, e encontrei alguns tratamentos em Florência, que cheguei a realizar. Os resultados, porém, eram sempre muito relativos, e o problema da calvície continuava. Nessa época, ainda não dispúnhamos dos fármacos que hoje ajudam a cessar um pouco da queda excessiva dos fios.
Tanto eu procurei que fui parar num cirurgião. A proposta dele foi a de implantar cabelos sintéticos no meu couro cabeludo. Até então, essa era uma solução bastante oferecida no mercado do combate à calvície, e chegava a parecer até mesmo definitiva, pois era possível implantar na parte calva quantos cabelos o cliente quisesse. Tal processo se dava de forma cirúrgica, e, com um “nó”, esses cabelos acabavam presos no couro cabeludo.
Fiz duas cirurgias, colocando 4 mil fios de cabelo sintético. O procedimento melhorou o meu visual; o couro cabeludo ficou mais coberto, mas, então, surgiram outros problemas, porque os cabelos brilhavam debaixo do sol e das luzes fortes, dando aos outros a impressão de que aquele era um “cabelo meio esquisito”. Além disso, algum tempo depois, os fios sintéticos também começaram a cair. Aos meus 26 anos, a queda foi ainda mais acentuada.
Pra mim, a calvície se tratava de algo que trazia problemas técnicos e que também me causava uma aflição psicológica, pois eu não me sentia seguro. Desde a hora em que acordava até a hora em que ia dormir, eu vivenciava alguma situação desagradável relacionada à calvície.
De fato, as pessoas olhavam pra minha cabeça, e prossegui procurando por resoluções durante anos. Foi quando em 1993, na Itália, encontrei a clínica particular de um amigo, que oferecia uma solução não cirúrgica definitiva.
O Sistema CNC
Entrei nessa clínica como última opção; decidi tentar pela última vez, e finalmente realizei esse tratamento, chamado “Capelli Naturali a Contatto (CNC)”, que consiste na reconstrução do couro cabeludo. E foi o que, em dez meses, mudou completamente o meu visual. Em 1994, eu me tornei outra pessoa!
Fiquei tão satisfeito que emagreci 10 quilos! Novamente com os meus cabelos, eu me sentia motivado outra vez, e voltei a frequentar a academia, a fazer windsurf, a praticar esportes aquáticos… Melhorei até mesmo a minha performance na área comercial, que estava enfraquecida. Antes, eu não conseguia “enfrentar” os meus clientes; havia dias em que me sentia um “perdedor”. Mas o resultado do tratamento foi tão positivo que, a partir de 1994, a minha curva de qualidade de vida ascendeu, envolvendo até mesmo a minha boa atuação na área profissional.
Recebi uma proposta pra vir trabalhar no Brasil. Tive uma experiência na área empresarial e comercial. E, em meados de 1998 (quatro anos depois da mudança no meu visual), quando essa proposta foi feita, viajei pra cá, vindo a conhecer o País.
A minha cabeça estava sempre voltada a novas oportunidades. E, ao conhecer a realidade do Brasil, que é um país onde as pessoas estão constantemente ligadas ao visual, constatei que o CNC ainda não existia por aqui. Havia, sim, outros métodos – como os tradicionais implantes –, mas não o CNC. Foi aí que surgiu pela primeira vez a ideia de criar uma clínica no Brasil.
Fiquei com essa ideia desde 1998, e ela foi amadurecendo ao longo de quase oito anos. Em 2006, praticamente transferi para o Brasil todo o conceito e a tecnologia italiana, conseguindo adequar os produtos e as técnicas ao povo brasileiro. O que começou como um problema pessoal passou a ser o meu trabalho, ajudando outras pessoas que, como eu anos atrás, buscam uma solução não cirúrgica e definitiva para a calvície.
Alessandro Corona
Fundador da Tricosalus Clinics